Folclore na educação infantil – Dia do Folclore
O Dia Mundial do Folclore é comemorado, em quase todos o mundo, no dia 22 de agosto. Foi nessa data, em 1846, que o estudioso inglês, Willian John Thoms, criou a palavra folklore.
Em inglês, folk, que significa povo, e Iore, estudo. Estudo das tradições, aquilo que nasceu do povo de forma natural, espontânea.
Atividades para o dia do folclore educação infantil: Parlendas
Antes de iniciar a atividade, explique aos alunos que as parlendas são rimas infantis usadas em brincadeiras ou como técnica de memorização. Propor aos alunos que recitem bem alto e da mesma forma que você fizer. Ou seja, quando você falar lentamente, eles respondem lentamente; quando você falar rápido, eles devem falar rápido, mas sempre todas ao mesmo tempo.
Esta é também uma boa oportunidade para trabalhar noções de ritmo e o que são rimas.
Na primeira fase, você terá de ensinar as parlendas aos alunos até que eles decorem.
O “chefe”, no caso você, deve falar a primeira frase (quase sempre uma pergunta) e, em seguida, as os alunos todos juntos declamam o resto. Faça várias vezes seguidas em uma espécie de ladainha.
Sugestões de parlendas
(chefe/você): O QUE HÁ DE NOVO?
(todos): MUITA GALINHA E POUCO OVO!
(chefe): O QUE É ISSO?
(todos): CHOURIÇO PRA VOCÊ COMER NA HORA DO SEU SERViÇO!
(chefe): QUE HORAS SÃO?
(todos): HORA DE COMER PÃO E LAMBER SABÃO!
(chefe): AONDE VAI?
(todos): VOU ALI E VOLTO JÁ. VOU APANHAR MARACUJÁ!
(chefe): O QUE ESTÁ FAZENDO Aí?
(todos): SEGURANDO AS CALÇAS PRA NÃO CAIR.
Sugerimos que nesse dia, você proponha uma grande festa, em sala de aula, para comemorar o dia ou mês do folclore. Além desse “sarau” literário, os alunos podem experimentar comidas que fazem parte do nosso folclore como pamonha, pão de milho, batata doce, amendoim e pipoca. Peça para que cada um traga um desses pratos. Explique que as comidas também fazem parte da cultura de um povo. Não deixe de falar que muitas delícias que os brasileiros apreciam ainda hoje tiveram origem em um passado distante e foram criadas por povos africanos, indígenas e europeus.
Conhecendo adivinhas floclóricas
Pertencem, também, à literatura oral e é um gênero universal. Você vai propor um “enigma” e os alunos vão ter de acertar. Se for muito difícil a adivinha, você vai fazer mímica até que acertem. Outra idéia é chamar alguns alunos, para quem você vai dar a resposta, e eles que devem fazer a mímica para a classe acertar.
Sugestão de adivinhas para educação infantil:
- O que é o que é que cai em pé e corre deitado? (a chuva)
- O que é o que é que fica rodando, rodando, mas não sai do lugar? (o relógio)
- O que é o que é vermelha, não toma chuva, mas está sempre molhada? (a língua)
- O que é o que é que mais pesa no mundo? (a balança)
- O que é o que é que tem boca, só um dente e chama a atenção de muita gente? (o sino)
- O que é o que é que vive passando os dentes no cabelo? (o pente)
- O que é o que é que Deus dá duas vezes e se alguém quiser mais terá que mandar fazer? (os dentes)
Sugira que os alunos inventem as suas próprias adivinhas. Obviamente, que em muitas não haverá coerência, mesmo assim deverão ser aceitas. Será um jogo divertido, de muito raciocínio e de muita criatividade.
Conhecendo os trava-línguas, que pertencem à literatura oral
Diga para classe decorar os trava-línguas, pois dali a uma semana haverá uma competição. Nesse grande dia, você vai dividir a classe em equipes. Antes, você preparou várias tiras de papel com palavras-chave, que vai sorteando durante a competição. Então, quando você disser, por exemplo, “tigre”, alguém da equipe levanta a mão e diz o trava-língua, que contém aquela palavra sorteada, bem rápido e certinho. Se errar passa para a outra equipe.
Sugestões de trava-línquas
- Três pratos de trigo para três tigres tristes
- Sabia que o sabiá sabia assobiar?
- A aranha arranha o jarro. O jarro arranha a aranha.
- O rato roeu a roupa do rei de Roma e da rainha da Rússia.
- A rata roeu a rolha da garrafa da rainha.
- O pobre pintor português pinta parede, porta e pia.
- O doce perguntou para o doce qual era o doce mais doce. O doce responde pro doce que o doce mais doce é o doce de batata doce.
- O peito do pé do Pedro é preto.
- Olha o sapo dentro do saco, o saco com o sapo dentro, o sapo batendo papo e o papo soltando vento.
Conhecendo as lendas do nosso folclore brasileiro
O folclore brasileiro é muito rico em lendas e tradições. Muitas delas são regionais, então uma sugestão é inserir as lendas da região em seu contexto escolar, prolongando a vida das estórias faladas.
Como toda data especial merece um cartão (cartão de Natal, Dia das Mães, de aniversário), o Dia do Folclore também vai ter um.
Peça para as crianças trazerem materiais como lantejoulas, purpurinas, fitas, lacinhos e outros bem bonitos para enfeitar o cartão. Para esta atividade, basta uma folha de sulfite, dobrada ao meio ou um quadrado de cartolina também dobrado ao meio em formato de cartão. Você vai contar 3 ou 4 lendas do folclore, enfatizando bem as características dos personagens, por exemplo, cabelos imensos e bem verdes; olhos enormes; um gorro muito vermelho, bastante peludo e de orelhas compridas. Cada criança escolhe um personagem e o desenha no cartão.
Dentro do cartão, os alunos devem escrever ou colar letras tiradas de uma revista – De… (nome do aluno) Para… (nome de quem vai receber o cartão) e FELIZ DIA DO FOLCLORE. Sugira que as crianças ao dar o cartão, contem para o presenteado a história daquele personagem que ela desenhou.
Criação coletiva de uma história
Faça uma grande roda com todos sentados no chão. Você fala sobre um personagem do nosso folclore. Enfatize as características e as atitudes mais marcantes desse personagem. Explique que todos vão criar uma aventura nova para aquele personagem. A partir daí, você começa a criação da história coletiva. Você diz, por exemplo, que era um dia de muito sol e que alguns pescadores saíram para pescar. Nesse ponto, você passa a palavra para o aluno que está na sua esquerda e ele dá prosseguimento dizendo, por exemplo, os pescadores tinham medo de encontrar a lara. O próximo aluno vai dizer que a lara já estava lá penteando os cabelos na margem do rio.
E assim prossegue até todos participarem. Quando você notar que a história está se desviando, você interfere com alguma sugestão que dê coerência àquele personagem e que leve a uma ação. Você também pode ajudar os alunos, que sempre dizem ‘não sei o que falar’ dando sugestões ou fazendo perguntas do tipo ‘o que você acha que a lara falou para o pescador mais valentão?’ ou ‘será que a lara estava sozinha ou com outras amigas?’. Durante todo o tempo, você estará anotando as partes da história em uma folha e quando a história terminar, você lê para eles e os parabeniza por terem criado uma história.
Aproveite a data para apresentar aos alunos o mundo maravilhoso do folclore brasileiro. Uma boa sugestão é conversar sobre algumas brincadeiras que atravessaram gerações como: passa-anel, ciranda, esconde-esconde, jogar pião, empinar pipa. A aula fica ainda mais produtiva, se, anteriormente, encomendar uma pesquisa aos alunos. Eles deverão perguntar aos avós, pais, tios, vizinhos como eram essas brincadeiras, regras do jogo e se eles conhecem outras. Depois, em sala de aula, é só trocar informações.
É também interessante levar para a aula figuras de grandes festas folclóricas como bumba-meu-boi, chula, frevo, festas caipiras, carnaval e também de artesanato (rendas e cerâmicas) e comidas (feijoada, pamonha). Geralmente, as revistas de turismo trazem matérias sobre esse assunto e com belas fotos. Chame atenção deles para o colorido, o material e a diversidade das fantasias e dos objetos.
E não deixe de falar sobre as lendas. Nascidas da imaginação do povo e transmitidas pela tradição oral, muitas vezes são assustadoras, mas quase sempre trazem no final uma grande lição de moral. Vamos lembrar de algumas? Selecione as que julgar mais interessantes.
ALGUMAS LENDAS
Figuras do folclore brasileiro
Lenda do Curupira
Um indiozinho de cabelos e olhos vermelhos, unhas azuis e os pés virados para trás. Ele é o guardião das plantas e animais da floresta.
Lenda do Boitatá
É uma enorme serpente que solta fogo pela boca. Ela protege as matas das pessoas que querem incendiá-la.
Lenda do Boto
Um golfinho que vive no rio Amazonas. Às vezes, se transforma em um homem bastante sedutor que conquista as mulheres.
Lenda da Cuca
Uma mulher muito feia, meio bruxa, que ameaça as crianças desobedientes que não querem dormir à noite.
Lenda do Saci-Pererê
O Saci aparece no meio de um redemoinho e some quando ele quer. Vive aprontando travessuras com as pessoas e maltratando os animais. Usa sempre um gorro vermelho e não larga o cachimbo da boca. Ele é pretinho e tem uma perna só. Quem conseguir arrancar o gorro da cabeça dele, pode pedir a recompensa que quiser. Essa figurinha já é quem conhecida das nossas crianças de hoje, graças ao seriado da TV Globo Sítio do Pica Pau Amarelo. Estimule as crianças a lembrarem de algumas aventuras, que elas viram na tevê, em que o Saci participou.
Lenda do Lara
Da cintura para cima é mulher e da cintura pra baixo é peixe. O seu canto é tão irresistível que hipnotiza os homens e os leva para as profundezas dos rios ou lagos. Toda tarde, ela vem para a beira do rio e fica admirando sua imagem nas águas. Os índios garantem que ela protege os rios e seus habitantes e a chamam de Mãe D’ água. Para não serem atraídos pela lara, os pescadores devem voltar para casa antes do entardecer.
Lenda do Lobisomem
Quando está em forma de gente, é bem magro, pálido e mal-humorado. Nas noites de lua cheia, transforma-se em um bicho enorme, peludo, com grandes orelhas, parecido com um lobo. Sua ruindade é tanta que ele pode matar aquele que cruzar o seu caminho. Com as primeiras luzes do dia, ele corre por 7 cemitérios, vilas e encruzilhadas até voltar à sua forma humana. Conta a lenda que se um menino nascer depois de 7 irmãs, ele vira lobisomem quando fizer 13 anos.
Estas são algumas ideias de temas e personagens para se trabalhar com planos de aula para educação infantil sobre folclore.
No dia do folclore, 22 de agosto, você pode além de contar as lendas do folclore, montar um mural, realizar teatrinhos, além do uso de músicas e vídeos.
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